quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Novo CD solo de Marcelo Camelo nas lojas em setembro!

O primeiro disco solo do ex-hermano, totalmente autoral, intitulado "Sou", chegará às lojas no próximo dia 08/09. Gravado desde novembro de 2007 pelo selo independente Zé Pereira, o CD já teve a faixa Doce solidão disponibilizada para download no MySpace do artista em março de 2008. A partir desta sexta-feira, 29/08, serão disponibilizadas dez das quatorze faixas do álbum para download gratuito no portal Sonora, do Terra. A turnê nacional de lançamento do disco inicia-se em Recife-PE, no festival Coquetel Molotov, no dia 19 de setembro, e segue pelas principais capitais até o fim do ano.

O coração na ponta das chuteiras


Uma derrota é sempre uma derrota? Afirmo, categoricamente, que não. Cada perda tem a sua face. Li em um site de notícias que perder lutando dói menos. Não sei se a dor é menor, mas, certamente, fica a convicção de que não foi por covardia que ela se fez.

Foi assim que a medalha de ouro da seleção feminina de futebol transformou-se em prata. A prata mais dourada que já vi porque foi regada pelo suor da perseverança. Se as meninas não chegaram ao lugar mais alto do pódio, tiveram o reconhecimento dos irmãos tupiniquins.

“Verás que um filho teu não foge à luta.” Lamento que os rebentos da seleção masculina não tenham encarnado o espírito guerreiro invocado no hino da nação que deveriam defender. Todavia é a outro senhor que os jogadores servem. O dólar, o euro e o real: a trindade que para eles é a santa.

Amor a camisa. Ah... o amor! Se antes movia nossos soldados no campo sagrado do futebol, hoje,
ele é uma utopia. A inesquecível derrota para a Itália na Copa do Mundo de 82 feriu quase mortalmente uma geração. O lenitivo ficou por conta da garra e do futebol bonito que os combatentes brasileiros demonstraram na ocasião.

Raça que sequer entrou em campo no Mundial de 98 (França) e que passou longe do estádio dos Trabalhadores (Olimpíadas de Pequim 2008). Porém, hoje (21/08/2008), floresceu no mesmo estádio dos Trabalhadores com as guerreiras-meninas brasileiras.

Mostraram a uma nação e aos machistas (que insistem em afirmar que mulher não entende nada de futebol) que aprenderam a jogar com os homens. Isso, nós mulheres, temos que admitir! Mas uma lição foi ensinada e, ao contrário deles, elas não esqueceram. Quando entram em campo tiram o coração do peito e o colocam na ponta das chuteiras.

Valeu, meninas! O ouro é só questão de tempo porque vontade e amor vocês têm de sobra. E quem sabe um dia, os meninos aprenderão com vocês o que os ancestrais deles ensinaram: amor à camisa.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Cazuza em DVD

Em comemoração aos 50 anos que o cantor Cazuza faria em abril , foi concebido e está nas lojas o DVD Cazuza - pra sempre, que traz duas apresentações históricas do artista, morto em 1990, de complicações decorrentes da Aids. Eis o set list do vídeo:

1. Exagerado
2. Medieval II
3. Por que a gente é assim
4. Vida louca
5. Boas novas
6. Ideologia (participação especial: Frejat)
7. Nosso amor a gente inventa
8. Blues da piedade (participação especial: Frejat e Sandra de Sá)
9. Faz parte do meu show
10. Todo amor que houver nessa vida
11. Codinome beija-flor (participação especial: Simone)
12. Preciso dizer que te amo
13. Só as mães são felizes
14. O tempo não pára
15. Bete balanço
16. Um trem para as estrelas (participação: Gilberto Gil)
17. Brasil (participação especial: Gal Costa)


Além das músicas, o DVD contém uma entrevista com o próprio Cazuza e depoimentos dos artistas Ney Matogrosso, Simone e Sandra Sá. Além disso, traz uma galeria de fotos e um texto emocionante sobre a vida de Cazuza. Recomendável não apenas para fãs, mas para aqueles que queiram conhecer com mais profundidade a vida e a obra desse genial artista, o qual, apesar de sua curta existência, teve uma carreira meteórica, esfuziante e inesquecível.

sábado, 21 de junho de 2008

O que é blasfêmia?

É a difamação, por meio da fala ou da escrita, de um ou mais deuses ou figuras sagradas de determinada religião. Algumas vezes, o termo, derivado do grego blasphemein - de blaptein, prejudicar, e pheme, reputação -, também é empregado como significado para insulto. O Levítico, terceiro livro do Velho Testamento, defende que "quem blasfemar o nome do Senhor está morto". No Evangelho de Lucas, é dito que blasfemar contra o Espírito Santo é imperdoável. O Corão, livro sagrado dos muçulmanos, não é menos rígido: afirma que Alá perdoa todos os pecados, exceto descrer em Deus, ou seja, a blasfêmia. Para os seguidores do islã, falar mal de Maomé e de qualquer outro profeta citado no Corão ou na Bíblia também é considerado uma blasfêmia. O curioso é que, mesmo em tempos de secularismo e separação entre Igreja e Estado, vários países ainda adotam leis de blasfêmia. É o caso da Inglaterra, da Finlândia e da Alemanha, entre outras nações européias. No mundo muçulmano, a pena para os blasfemos é dura no Paquistão, variando da prisão perpétua à pena de morte. E não podemos esquecer do Irã, que, em 1989, condenou à morte o escritor britânico Salman Rushdie, autor de Os Versos Satânicos, por supostas blasfêmias contra o islã. A condenação foi revogada em 1998, depois de tratativas entre Irã e Inglaterra.

Fonte: Revista Vida Simples, n° 66 (Maio/2008) - Editora Abril.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Confissões, devaneios e sossego... Muito sossego!

Estou praticamente recluso por uns dias em Itapetim, pequena cidade do interior de Pernambuco, sertão do Pajeú, onde estão fincadas minhas origens. Longe de comunicações via celular e da agitação de Recife, busco a paz de espírito e o equilíbrio emocional. Espero também alegrar meu coração com os festejos juninos, que começam na próxima semana. A receptividade dos moradores daqui é impressionante e faz com que a pessoa se sinta de fato abraçada, abrigada. O tempo aqui está bastante frio, e mesmo durante o dia a temperatura é bem agradável. O silêncio dessas horas calmas me torna reflexivo acerca de muitas coisas as quais vivenciei nos últimos meses, e que deixaram marcas profundas e feridas abertas em meu peito. Dessa forma, resolvi convidar minhas tristezas e mazelas emocionais para um chá da tarde comigo, pois encarar certas questões de frente é melhor que fugir delas. A experiência de meus últimos dissabores me leva a acreditar que mais vale ser altruísta que egocêntrico, embora seja muito difícil praticar esse querer despretensioso, em que se dá amor sem exigir recíproca. "Que prazer mais egoísta o de cuidar de um outro ser, mesmo se dando mais do que se tem pra receber". Os dias passados foram um verdadeiro exercício de paciência, no qual tive de conviver com egoísmo, vaidade, infantilidade, histerismo e desequilíbrio psicológico. Tentei ainda persistir nessa relação absurda, porque eu sou "todo amor", e meu sentimento, por ser verdadeiro, nutria-me de esperanças de que tudo iria ficar bem. No entanto, sei que foi mais acertado ficar afastado de tudo isso, embora o vazio machuque ainda o meu peito, pois esse convívio estava substraindo a energia positiva que existe em meu ser atuante, vibrante, pulsante... E as pessoas têm que somar algo de bom e construtivo às nossas vidas - caso contrário, é melhor que estejam bem longe de nós! Apesar de o amor nos levar a fazer concessões e romper alguns limites, não é saudável abrir mão de alguns princípios que nos norteiam e denotam nossa personalidade. Não vou mentir pra mim, fingindo ser alguém que não sou. Gosto de gente bonita, feliz, inteligente e de bem com a vida! Sei que todos têm problemas - e alguns muito difíceis de administrar -, mas não tenho paciência para ouvir lamúrias o tempo inteiro. É muito fácil reclamar de tudo e de todos sem sequer mover uma palha para mudar a situação! É preciso entender que a atitude é que destrói a barreira existente entre a mediocridade e o êxito em nossas vidas. "Eu não sou de olhar o que passou nem lamentar o que se foi - sou de criar o que será". Espero que os erros e acertos me dêem a experiência necessária à construção de uma nova história, sempre! "Só nos cabe a dor frente a evolução". Eu quero, posso e mereço ser feliz com o que sou e o que tenho, e só desejo uma coisa a quem não me amou: saiba amar alguém um dia!

Enquanto me recupero de todo o mal que me foi causado, faço da música a minha companheira e da literatura o meu porto seguro. Estou cada vez mais embevecido com a música do Jorge Vercillo e com descoberta (tardia, porém compensadora) da maravilhosa poesia de Bruna Lombardi (a quem eu dedicarei com maior prazer uma matéria inteira, dentro em breve).

domingo, 15 de junho de 2008

Relato do show de Jorge Vercillo em Recife (14/06/08)

Jorge entrou após o show de Luiza Possi, quase a uma da manhã. Foi ovacionado pelo Chevrolet Hall lotado, assim que começou a fazer as vocalizes de "Melhor Lugar", antes mesmo das cortinas se abrirem. Foi bonito ver e ouvir os milhares de fãs cantando "Sonhamos paisagens, compramos passagem e nunca voamos pra lá" em coro. Após a segunda música, ele cumprimentou o público pernambucano e falou da satisfação de vir sempre a Recife. Elogiou Luiza Possi e falou de seu parceiro musical, Dudu Falcão, que estava aniversariando, e cantou "Ciclo", parceria de ambos (outro número em que o público em peso cantou junto, principalmente no refrão de "Eu que não sei quase nada do mar"). Emocionou a todos ao relembrar Gonzaguinha, com "Espere por mim, morena", em casadinha com sua bela "Luar de sol". Em seguida, houve o momento marcante em que cantou "Signo de ar", com um novo arranjo que ficou meio bossa (muito mais bonito que o 'dance' original). Foi praticamente idolatrado quando cantou "Ela une todas as coisas", cujos arranjos estavam completamente fiéis ao disco (o violino praticamente falava! Lindo). Ele soltou a voz em "Devaneio" e deve ter provocado arrepios no público inteiro naquele momento da paradinha: "e o silêncio... fala mais que a traição". Explicou a letra altruísta e espirituosa de "Vôo cego", uma das canções mais fortes de seu último disco. Arrasou na difícil “Numa corrente de verão”, parceria dele com Marcos Valle. Surpreendeu com o novo arranjo de "Homem-aranha", meio jazzístico, mas que não conseguiu empolgar tanto quanto o anterior. A mudança brusca causou uma certa estranheza em muitos dos presentes.

Na seqüência, teve um momento engraçado: ele errou a letra de “Toda espera”. No trecho “se eu ando distraída assim me deixe só” ele completou com “tô te trazendo o tempo inteiro só pra mim” e se atrapalhou com o restante da estrofe. Continuou rindo e apenas sofejando a melodia. Disse então: “pô, vâmo cantar essa primeira parte que fala da mulher de novo, que é tão bonita!”. Depois lembrou da letra e cantou a música toda. Foi aplaudidíssimo no final. “Camafeu guerreiro” com a roda de capoeira divertiu muito o público, mas foi um 'nada a ver' aquele violinista cantando “Epitáfio” desafinadamente e totalmente fora de contexto! Ponto para Calasans, que se mostrou afinadíssimo em “Eu só quero um xodó”. Logo em seguida, Jorge tentou dar uma renovada na surrada “Fênix”, com uns arranjos modernos, sem aquele batido solo de sax, mas ele bem que poderia dispensá-la e trazer à tona alguma canção do tão esquecido segundo disco, como, por exemplo “Infinito amor” ou “Raios da manhã”. Mas é fato que o público adora vê-lo cantar “Fênix”. Vercillo emocionou o público com “Encontro das águas” e, logo em seguida, atendeu aos pedidos insistentes para que cantasse “Avesso”, que se tornou música cult gay por causa da letra. A seqüência final do show iniciou-se com “Todos nós somos um”, quando Jorge mandou abrir a grade de proteção que separava as mesas da pista e todos se misturarem, fazendo jus ao título da canção. O público das mesas deve ter odiado (risos), mas o restante ficou enlouquecido, em êxtase!!! Em seguida, cantou Cazuza, Coisa de Jorge e outros hits radiofônicos! ÓTIMO show, como não poderia deixar de ser, em se tratando de JORGE VERCILLO.
Fotos ilustrativas creditadas a Rô Silva e Cátia Veloso.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A ressurreição do disco de vinil na era de download e pirataria

O CD veio para matar o vinil e deve morrer primeiro


Era um ritual simples. Antes de mais nada, existia o prazer de ver a capa e tocá-la. Foi-se o tempo em que se tocava na música. Você tirava o disco da capa, colocava-o com delicadeza no prato da vitrola, pegava a pequena alavanca do braço (ou pick-up), virava para o lado que queria (78 ou 33 e 45 rpm) e deixava pousar sobre o bolachão. Aquele chiado inicial antes de começar a canção é inclusive usado como sonoridade em músicas até hoje.

O disco de vinil surgiu no ano de 1948, tornando obsoletos os antigos discos de goma-laca de 78 rotações, que até então eram utilizados. A partir do final da década de 1980 e início da década de 1990, a invenção do Compact Disc (CD) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo no fim do século XX. No Brasil, os LPs em escala comercial foram comercializados até meados de 2001. Mas o último relatório da Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD) revela o declínio da comercialização do formato que pretendia enterrar o vinil. As vendas de CDs e DVDs movimentaram em 2007 R$ 312,5 milhões, o que representou uma redução no faturamento líquido (vendas menos devoluções) das companhias que reportam estatísticas para a ABPD, de 31,2% em comparação ao ano de 2006, quando o setor fonográfico movimentou R$ 454,2 milhões. No segmento digital foram registrados R$ 24,5 milhões de movimentação no setor, o que já representa 8% do mercado total de música no Brasil. Por outro lado, em 2006, pela primeira vez a ABPD apresentou uma pesquisa de mercado sobre o universo musical na internet. O estudo, encomendado à Ipsos Insight, empresa de pesquisa de marketing do grupo Ipsos, constatou que 8,2% da população pesquisada, o que corresponde cerca de 2,9 milhões de pessoas, baixaram música na internet no ano de 2005, contabilizando quase 1,1 bilhão de canções sendo baixadas da rede mundial de computadores, a grande maioria oriunda das redes de compartilhamento de arquivos (Peer to Peer). Se esses downloads fossem feitos de forma legalizada, o setor teria arrecadado mais de R$ 2 bilhões, ou seja, 3 vezes mais do que o montante faturado pelo mercado oficial em 2005 com a venda de CDs e DVDs originais, que foi de R$ 615,2 milhões.

Na era do vinil, pode-se arriscar dizer que não havia pirataria. O problema começou a surgir quando a evolução tecnológica permitiu separar mídia e conteúdo, além de oferecer inúmeros métodos fáceis e acessíveis para replicar e copiar aquele mesmo conteúdo em diversas outras mídias, como nos casos dos DVDs e softwares. Na verdade, a condenação do vinil foi equivocada, pelo menos até agora.

Quem um dia tocou um vinil não o esquece mais. Talvez a geração digital não venha a descobrir os álbuns em embalagens gigantes e gostosas de serem olhadas e executadas, mas fato é que o vazio da era digital trouxe de volta a atenção pelo vinil. Aliás, ele nunca saiu do mercado. Sobrevive num mundo paralelo e entre ele e o CD é provável que o Compact Disc seja engolido pelo download, pelo menos é o que revela os números.

À medida que o CD vai perdendo terreno como suporte musical, os discos de vinil vêem o seu culto e vendas crescer. A CNN divulgou no começo do ano passado que a venda de singles de vinil de 7 polegadas aumentou de 180 mil unidades em 2001 para mais de 1 milhão de unidades em 2005. Por sua vez, a compra de CDs tem decrescido desde 2000, tendo sofrido uma descida de 20 por cento nos EUA em 2006.

O blog Listening Post, da revista Wired, resolveu perguntar ao eBay, o maior site de leilões do mundo: qual o volume de vendas de discos de vinil entre os usuários do site? A resposta foi surpreendente: atualmente, usuários do eBay compram 6 discos de vinil a cada minuto, ou seja, um disco a cada 10 segundos. O álbum mais comprado e vendido em formato vinil é o álbum branco dos Beatles. Se essa média se mantém constante, são 3.155.760 discos por ano. São raridades sendo vendidas entre colecionadores e aqueles que resolvem se desfazer de suas bolachas pretas que estão em casa pegando poeira. Mas esses mesmos colecionadores mantêm vivo um mercado paralelo e consistente de novos discos. Os artistas americanos e europeus até hoje lançam os novos álbuns nos formatos CD e MP3, mas alimentam os fãs com edições especiais em vinil. Madonna é mestra nesse quesito, porém estrelas menos conhecidas surpreendem com recordes de vendagens em vinil.

É o caso da banda The White Stripes que bateu o recorde em junho do ano passado com o vinil de um single mais vendido da história do Reino Unido com a música Icky Thump. A canção, que entrou na parada direto no segundo lugar vendeu mais de 10 mil cópias em apenas dois dias. De acordo com o ranking Music Week, da revista NME, a última banda a quebrar tal recorde foi Wet Wet Wet, com o single de Love Is All Around, tema do filme Quatro Casamentos e um Funeral, que vendeu 5 mil cópias em uma semana.

A persistência do suporte pode ser explicada por fatores como a estética e o culto do objeto (que vai resistindo na era dos downloads digitais) ou pela qualidade sonora. Também pode ser justificada pela sua proeminência no circuito dos DJs que encontram nos discos de vinil maior facilidade e possibilidade de manuseamento direto para as suas técnicas de discotecagem, além da popularização de gêneros musicais como o reggae ou o hip-hop, que tem na sua gênese a manipulação de discos.
Pela sobrevivência do bolachão: Senaes entra no movimento pela recuperação da única fábrica de discos de vinil do país

A Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho e Emprego, entrou na ação emergencial para impedir que a Polysom do Brasil, única fábrica de discos de vinil do país, feche definitivamente suas portas em virtude de dificuldades técnicas e financeiras.A mobilização começou no ano passado sob a liderança do Ministério da Cultura com o lançamento das iniciativas destinadas à preservação da fábrica. Participaram do ato o ministro Gilberto Gil e profissionais ligados à indústria fonográfica nacional.

Em reunião com os proprietários da Polysom, Luciana Carvalho e Nilton Rocha, e com um representante do Ministério da Cultura, em 25 de março, o diretor do Departamento de Fomento da Economia Solidária, Dione Manetti, propôs a elaboração de um plano de trabalho de recuperação, que deve começar com um diagnóstico detalhado da situação atual da empresa. "Incluindo, ainda, o levantamento de investimentos necessários e das oportunidades para essa fábrica no mercado", destaca o diretor.

Por meio desse projeto, Senaes, Ministério da Cultura e os donos da Polysom buscarão parcerias e alternativas de financiamento para a retomada do empreendimento que começou em 1999, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Na época, a empresa chegou a produzir 110 mil cópias por ano para uma igreja pentecostal. Nos últimos anos, com a sofisticação de instrumentos de digitalização musical e por conta de problemas técnicos e financeiros, a equipe foi reduzida a três polivalentes profissionais e a produção passou a cair. No ano passado, registrou somente 23 mil cópias. "Estamos abertos ao novo e com disposição. Acreditamos no que fazemos e que vai dar certo", disse Luciana Carvalho.

domingo, 27 de abril de 2008

Hip Hop e a música com sabor de rapadura

Rapadura híbrida com sabor de anos 80 tempera o disco pop do ano



“Hard Candy”, o décimo primeiro álbum da cantora Madonna, chega às lojas brasileiras e da Europa no próximo dia 28/04.



O novo álbum de Madonna, “Hard Candy”, previsto para chegar às lojas brasileiras e do resto do mundo amanhã (nos Estados Unidos na terça, 29) vazou no final de semana passado na internet. A chegada precoce foi marcada pela guerra de palpites fervorosos entra os fãs e a crítica. Como sempre acontece com os lançamentos da maior representação musical pop que existe no mercado, os especialistas do universo musical se dividem entre os que preferem o disco anterior e os que dizem que o novo é bom.


Madonna apesar de não fazer parte do universo regional diretamente, merece sempre destaque nas análises da imprensa porque é a partir do que ela lança que vamos consumir o que o pop no resto do planeta seguirá. É assim na sonoridade e no visual. Quem não viu Joelma travestida de Madonna na Banda Calypso? Adriana Calcanhoto regravou a genialidade minimalista de “Music”, transformando-a em sonoridade tupiniquim e o DVD ao vivo de Ivete Sangalo sugou a superprodução ditada pela cantora americana.


Deixando algumas comparações infelizes para além, “Hard Candy” (doce duro ao pé da letra, ou rapadura para bom entendedor) ganhou esse nome pela paixão por doces da cantora e agora adquire uma conotação depois do lançamento que talvez a própria Madonna não esperasse, nem irá entender a brasilidade da livre interpretação: rapadura é doce, mas não é mole, não!


A revista americana Rolling Stone, principal publicação sobre música e cultura Pop do planeta recebeu bem o disco. Por aqui, os resenhistas andam quebrando os dentes para entender, degustar e se desprender do mito que persegue a cantora de que depois de um disco excelente (é o caso do álbum passado lançado em 2005, “Confessions on a Dance Floor”) vem um ruim. Faz sentido. Aconteceu com American Life, por exemplo.



Mas não é regra. Antes de mais nada, os críticos cobram novidade sonora eternamente. É verdade que “Hard Candy” é novo para Madonna, mas não para o pop. Delineado pelo hip-hop, a dúvida que paira é se o disco só fará as pazes da cantora com o mercado americano, reduto do gênero, ou se ela soube aproveitar o investimento no estilo para gravar algo realmente interessante. Dúvida que vai se desfazendo depois de algumas audições. "Hard Candy" vem como sucessor de "Confessions on a Dance Floor", que estreou em primeiro lugar nas paradas de 30 países e na era do download grátis vendeu mais de 8 milhões de cópias.


No novo disco, Madonna continua focada no clima club e acende as raízes do passado que mandam sinais de fumaça da vida urbana em Detroit e do começo em Nova Ioque para uma noite habitada pela batida hip hop em parcerias com artistas como Timbaland, Justin Timberlake, Pharrell Williams (do Neptunes) e Nate "Danja" Hills. Todo mundo esperava que ela transformasse o hip hop para não parecer com as outras cantoras pop que descambaram por esse lado como Nelly Furtado. Com esta, para não mentir ou omitir, há uma farpa de parentesco nos maneirismos vocais e arranjos de “Heartbeat”, nada que comprometa a originalidade do disco na obra de Madonna ou que dê cabimento para é “mais-do-mesmo”. Não há uma transformação. Há uma reafirmação do casamento pop-hip-hop e o disco não parece nada com a concorrência.


É uma miscelânea de elementos que estão custando caro aos ouvidos apressados. Se “Confessions...” mantinha uma unidade sonora do início ao fim e é o que se espera dos discos para taxá-lo de bom, as canções de “Hard Candy” bebem da hibridez que distancia uma faixa da outra e confunde o ouvinte. Com disco music, electro, vocoders, muito sintetizador e bateria programada as músicas não se comunicam, mas também não se trumbicam.


Trata-se do resgate da linha oitentista revestida da atualidade da eletrônica. Os discos da cantora nos anos 80 não seguiam exatamente uma estética sonora única. As faixas eram como estas de hoje que tinham força por si só. Para entender, escute a estréia “Madonna” e para ir mais além, absorver o doce poder de “Hard Candy”, ouça “Like a Prayer”, o álbum.O disco está cheio de contrastes e embora não seja revolucionário tem frescor de inovação. A idéia é dar um ar futurista e ao mesmo tempo retrô, club, é algo pólis. Nessa miscelânea de conceitos, o disco não chega a ser genial, mas ficará na casa da nota 9 pela simplicidade e doçura das melodias que tem até um quê de despedida (tomara que seja só da Warner – “Hard Candy” é o último disco dela lançado pelo selo). O encarte é a única parte que deixa a desejar. Madonna acerta no conceito pugilista na capa, porém peca no resto do ensaio perdendo força com uma certa tristeza transparente no olhar e um ar de senhora que não condiz com a jovialidade do álbum.


A onda de decepção que o disco tem provocado se resume ao fato de que as análises em cima das obras dela são precedidas da imposição midiática de que venham recheadas de vanguarda. Dessa vez, Madonna esteve despretensiosa, e mesmo que tenha havido a intenção de inovar contraditoriamente usando os elementos já conhecidos, o disco soa diferente, alto astral e não há motivos para jogá-lo no limbo.


Faixa a faixa



1. "Candy Shop" - escrita por Madonna e Pharrell Williams, produzida por The Neptunes.Canção que, além de explicar a temática adocicada do álbum, também já convida os ouvintes ao ritmo dançante que será explorado no disco. Ouça o álbum “Like a Prayer” e entenda a batida quebrada da música.


2. "4 Minutes" - escrita por Madonna e Justin Timberlake, produzida por Timbaland, com vocais adicionais de Justin Timberlake, é o primeiro single do disco e passa longe de ser a melhor faixa. Traz aquele pancadão funk e é a mais hip-hop de todas.

3. "Give It 2 Me" - escrita por Madonna e Pharrell Williams, produzida por The Neptunes. De longe a melhor. Disco, sintetizadores, universo electro que dá o tom da faixa. Poe qualquer pessoa pra dançar. “Não é o começo, nem o fim” como diz a letra.

4. "Heartbeat" - escrita por Madonna e Pharrell Williams, produzida por The Neptunes. Pancadinha hip hop marcante, melodia fácil, agudos anos 80. E vá dançar.

5. "Miles Away" - escrita por Madonna e Justin Timberlake, produzida por Timbaland, possivelmente fala da relação dela com seu marido Guy Ritchie quando viviam em continentes separados é repetitiva, mas tem a cara das baladinhas deliciosas que embalam aos dores de cotovelo.

6. "She's Not Me" - escrita por Madonna e Pharrell Williams, produzida por The Neptunes. A forma que ela encontrou de dizer que igual a ela não existe ninguém. Uma guitarra dá gingado a música, com elementos do groove que desembocam num remixe fantástico de si mesma

7. "Incredible" - escrita por Madonna e Pharrell Williams, produzida por The Neptunes. Sonzinho de cobra ao longo da faixa a deixa como a mais fraca do disco, paquerando os adolescentes e com uma certa confusão nas camadas. Leve nuance funk dá uma salvada no som.

8. "Beat Goes On" - escrita por Madonna e Pharrell Williams, produzida por The Neptunes. Uma surpresa para quem já tinha ouvido esta faixa na época em que vazou, no final do ano passado. Com outros arranjos e tranqüila, a faixa é tudo que Michael Jackson gostaria de gravar. Perfeita!
9. "Dance 2night" - escrita por Madonna e Justin Timberlake, produzida por Timbaland, com vocais adicionais de Justin Timberlake .O baixo marca a faixa que pode ser considerada a mais black.

10. "Spanish Lessons" - escrita por Madonna e Pharrell Williams, produzida por The Neptunes. Parece confusa, mas não é. Tem um certo excesso de elementos, porem graciosa como as musicas e influencias latinas que ela costuma usar. Dançante.

11. "Devil Wouldn't Recognize You" - escrita por Madonna e Justin Timberlake, produzida por Timbaland, co-produzida por Nate "Danja" Hills, com vocais adicionais de Justin Timberlake. Aquela baladona. Como já disse noutra ocasião, as baladas dela são impagáveis. Outra black que Michael gostaria de ter gravado. Passa longe da pieguice da concorrente Mariah Carey.

12. "Voices" - escrita por Madonna e Justin Timberlake, produzida por Nate "Danja" Hills, co-produzida por Timbaland, com vocais adicionais de Justin Timberlake. "Hard Candy" termina com Justin Timberlake perguntando: "Who's the master and who's the slave?" (na tradução livre, "quem é o mestre e quem é o escravo?"). É outra meia balada com pinta de etéreo.

domingo, 20 de abril de 2008

Para um amor no Recife (parte final).

"Respeito muito minhas lágrimas, mas ainda mais minha risada".
(Caetano Veloso)

Meu coração está ferido de morte, repleto de sentimentos subtrativos de minha energia espiritual, mas a mágoa e a vergonha me dão motivação para vomitar a minha dor em palavras!

Abri espaço no meu peito para que você surgisse, sem pressa, sem culpa, sem crises, sem pudores... Na minha mente estúpida de romântico inveterado, acreditei que finalmente a felicidade tinha chegado a mim, dando-se assim na forma de uma paixão avassaladora que poderia ter se convertido em amor, com o tempo! Agora faço minhas as palavras de Renato Russo, quando ele diz: "A felicidade é uma mentira. E a mentira é salvação".

Era uma situação nova, distinta para mim, e eu me esforcei para que as coisas dessem certo, apesar das adversidades inerentes às nossas rotinas! No entanto, quando penso que tudo são flores, você quebra o encanto da maneira mais vil e indelicada... E sequer teve a coragem de direcionar seus olhos verdes aos meus para eu ter certeza de que eles diziam a verdade. Não! Aquilo não poderia estar acontecendo... Não em se tratando de você! Mas aconteceu! E não há como esquecer o que já se fez! É difícil esquecer sua figura transtornada, como se outra alma tivesse tomado conta de seu corpo para destruir tudo de belo que estava sendo construído... Mas não era outra alma coisa nenhuma: era sua personalidade mesmo! Você é assim, e nada posso fazer quanto a isso!

Dessa vez não vou chorar. Não quero nem posso fazê-lo, pois não vale à pena o desgaste. Em meus 26 anos de vida, descubro a importância das decepções para a obtenção contínua da experiência, embora a minha maquineta da resignação não funcione adequadamente e me leve a maldizer os dissabores, como se eles fossem de todo ruins! Mas agora, ao invés de derramar meu pranto, vou rir meu riso!!! E para findar, desejo apenas uma coisa a quem não me amou: saiba amar alguém verdadeiramente um dia! E muito obrigado pelo aprendizado!

Gostaria de agradecer a todas as pessoas queridas, que estão comigo e não me deixam ficar sozinho! A vida segue... e a fila anda!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Simone e Zélia Duncan juntas em CD e DVD ao vivo!

Chega às lojas no próximo dia 02 de maio o CD "Amigo é casa", registro de show que uniu as cantoras Simone e Zélia Duncan, em outubro do ano passado, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. O título do show foi tomado de um choro de Capiba, letrado por Hermínio Bello de Carvalho. A data de lançamento do DVD ainda não está prevista. O espetáculo traz sucessos de ambas, e mais alguns clássicos da música popular brasileira, como "Alguém cantando", bela música de Caetano Veloso, incluída no disco "Bicho" (1977), e que já foi magistralmente interpretada pelo saudoso cantor Jessé. Outra canção incluída no roteiro é "Grávida", incrível devaneio poético de Marina Lima e Arnaldo Antunes. Também está presente no disco a ótima canção "A idade do céu" (Jorge Drexler - versão: Paulinho Moska), que já havia sido gravada por Simone (com participação de Zélia) em seu DVD anterior.

E não poderia faltar no repertório a sempre criativa compositora Sueli Costa, representada na lúbrica canção "Medo de amar nº 2" - é impossível se esquecer da gravação original desta pérola, incluída no clássico LP "Cigarra", de 1978, em que Simone, com voz sensual, quase sussurrada, entoa os lascivos versos: "Você me deixa um pouco tonta, assim meio maluca/ Quando me conta essas tolices e segredos/ E me beija na testa, e me morde na boca, e me lambe na nuca.../ Você me deixa surda e cega/ Você me desgoverna quando me pega assim nos flancos e nas pernas, como fosse meu dono... ou então meu amigo, ou senão meu escravo/ E eu sinto o corpo mole, e eu quase que faleço quando você me bole, bole... mexe, mexe/ E me bate na cara, e me dobra os joelhos... e me vira a cabeça!/ Mas eu não sei se quero ou se não quero esse insensato amor, que eu desconheço, e que nem sei se é falso ou se é sincero/ Que me despe e me vira pelo avesso(...)".

Constam ainda no script as canções "Gatas extraordinárias", de Caetano Veloso (que já foi gravada por Cássia Eller em 1999); "Petúnia Resedá" e "Diga lá, coração", ambas de Gonzaguinha; "Encontros e despedidas", de Milton Nascimento; "Vou ficar nu pra chamar sua atenção", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos; e ainda o samba "Tô voltando" (Maurício Tapajós/Paulo César Pinheiro), que Simone gravou com grande sucesso no disco "Pedaços", de 1979. Do repertório menos expressivo de Zélia Duncan, destacam-se, dentre outras, "Mãos atadas" (Simone Saback), "Não vá ainda" (Zélia Duncan/Christian Oyens) e "A companheira" (Luiz Tatit).

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Sangue, mistério e arte.

A seguir, duas histórias escabrosas de crimes. A primeira é fictícia e a segunda é real. Ambas guardam bastante similaridade entre si:

Sweeney Tood - O barbeiro demoníaco da Rua Fleet

Histórias fantásticas com temática sombria sempre foram o forte do diretor de cinema, Tim Burton, que lançou recentemente o musical "Sweeney Todd: o barbeiro demoníaco da Rua Fleet", estrelado por Johnny Depp, ator quase onipresente nos filmes do diretor, e Helena Bohan-Carter, talentosa atriz, esposa de Burton.

A trama de Sweeney Todd - que muitos dizem ser verdadeira - originou-se do romance "The string of pearls" e conta a saga de Benjamin Barker,
nascido e crescido na Londres do século XVIII, empestada por doenças, poluição, pobreza e corrupção. Foi aprendiz de barbeiro, teve noções de anatomia e de como assaltar com mão leve os bolsos dos clientes. Após sair da cadeia, abriu uma loja na Rua Fleet e se casou com uma linda jovem, que atraiu a cobiça do juiz da cidade (vivido no filme por Alan Rickman). O casal cai numa cilada da Justiça e é separado. Benjamin Barker (Johnny Depp) fica numa prisão na Austrália durante 15 anos. A esposa dele morre envenenada, dizem, e sua filha passa a ser criada e protegida pelo juiz, que a mantém em cárcere privado. Após cumprir pena, o barbeiro volta à Europa, com o nome de Sweeney Todd, em busca de vingança. Nasce, dessa forma, a lenda.

Johnny Depp e Helena Bohan Carter no filme
Sweeney Todd - O barbeiro demoníaco da Rua Fleet


De volta à barbearia na Rua Fleet, Todd encontra a proprietária do imóvel, Srta. Lovett (Helena Bohan-Carter), que guardou todas as suas navalhas e um amor indelével e incondicional por ele. Os dois se unem em uma trama de vingança e decidem também reerguer a falida loja de tortas de Lovett. As vítimas da cadeira do barbeiro tinham as gargantas cortadas e seus corpos jogados no moedor que ficava no porão, para depois virarem recheio das tortinhas. No total, foram mais de 160 mortes. A história de Todd virou inspiração para vários espetáculos teatrais, filmes e televisão. Em 1973, um dramaturgo britânico apresentou a trama de vingança de Todd e do juiz de Londres no palco. É esta versão que inspirou o aclamado compositor Stephen Sondheim a montar o espetáculo definitivo, cujas canções encantaram Tim Burton.

Os crimes da Rua do Arvoredo

No Brasil também houve um caso escabroso e real que guarda algumas semelhanças com a história de Sweeney Todd: em 18 de abril de 1864, a polícia de Porto Alegre deparou-se com uma cena de crime horripilante: no porão da casa de José Ramos e Catharina Palse, na Rua dos Arvoredos, estavam enterrados os pedaços de um corpo humano, já em avançado estado de decomposição. O cadáver havia sido retalhado, com a cabeça e membros do tronco, e este, por sua vez, repartido em vários pedaços. A vítima havia sido identificada: era o alemão Carlos Claussner, dono de um açougue na Rua da Ponte. Ao examinar um poço desativado na casa, a polícia encontrou vários outros corpos esquartejados. A motivação dos crimes era evidente : Ramos e Palse mataram para se apossar dos bens de suas vítimas. Os crimes causaram repugnância, especialmente depois que uma série de boatos davam conta de que o casal assassino fazia lingüiça com a carne das vítimas e vendia o produto num movimentado açougue de Porto Alegre. Detalhe: as lingüiças tinham boa aceitação entre os consumidores. A polêmica sobre a veracidade da lingüiça de carne humana até hoje divide os gaúchos, embora esse fato jamais tenha sido mencionado nos autos dos processos existentes. A difusão da lenda justifica-se na assertiva de que a cidade de Porto Alegre era uma verdadeira Babel de imigrantes de diferentes nacionalidades e culturas, ou seja, um ambiente propício à criação de lendas e histórias fantásticas.

Rua do Arvoredo na época dos crimes

A Rede Globo exibiu em 27 de abril de 2006 o programa Linha Direta Justiça, contando a história desse que se tornou o caso policial mais famoso do Rio Grande Sul, e que ficou conhecido como Os Crimes da Rua do Arvoredo. O episódio televisivo foi estrelado por Carmo Dalla Vecchia, na pele do assassino José Ramos, e Natália Laje, como sua mulher Catharina, cúmplice nos crimes.

Perfil dos assassinos:

José Ramos (autor dos crimes)

Ramos era ex-soldado da Polícia, gostava de música, freqüentava o recém-inaugurado Theatro São Pedro e andava bem vestido. Enfim, era, como se dizia na época, um boa-vida. Aproximava-se de suas vítimas com desfaçatez. Apresentava-se como amigo e sempre oferecia alguma vantagem, para atrair a vítima à morte.

Depois de matá-la, apropriava-se de seus bens. Era extremamente cruel, pois matava as vítimas com golpes de machado na cabeça, as degolava e esquartejava, antes de sepultar seus corpos. Era mistura de serial killer, cínico, descarado e mentiroso.

Carmo Dalla Vecchia
interpretando o assassino José Ramos



Catharina Palse (cúmplice)

A húngara amásia e cúmplice de José Ramos era uma mulher de grande beleza. Atraía as vítimas para a tal casa-açougue, para que fossem mortas por José Ramos, esquartejadas e, com a carne, eram fabricadas as lingüiças, que eram vendidas no comércio da cidade (nota-se aí a semelhança dos assassinos José Ramos e Catharina com os respectivos personagens de Johhny Depp e Helena Bohan Carter no filme Sweeney Todd).

Natália Laje no papel de Catharina Palse,
cúmplice de José Ramos nos crimes


Arquivo nacional

O processo dos crimes da Rua do Arvoredo encontra-se hoje guardado no Arquivo Nacional (RJ), apesar da crença generalizada no sumiço dos papéis. Segundo o historiador Décio Freitas, autor do livro O maior crime da Terra (Editora Sulina, 1998), o processos estão incompletos, são todos manuscritos e de difícil compreensão, o que torna a investigação do texto uma tarefa árdua. Portanto, jamais se saberá se a história é completamente verdadeira, pois somente as folhas faltantes nos autos é que poderiam dar algum indício sobre a veracidade das tais lingüiças ou não.


Fontes pesquisadas:

Livros:

- COIMBRA, David. Canibais, paixão e morte na Rua do Arvoredo. C.L&PM Pocket, 2005;

- FREITAS, Décio. O maior crime da Terra - O açougue humano da Rua do Arvoredo (1863-1864). Editora Sulina, RS, 1996.

Internet:

- Site da Rede Globo/Linha Direta:

http://redeglobo.globo.com/Linhadireta/0,26665,GIJ0-5257-226046,00.html (acessado pela última vez em 15/04/2008).

- Wikipédia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Crimes_da_Rua_do_Arvoredo (acessado pela última vez em 15/04/2008).

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Nos beijamos demais

Para um amor no Recife

Alta noite! Trancado estou em meu quarto. O vento frio adentra o ambiente pela janela. Ninguém lá fora... O mundo dorme e eu continuo acordado... Ouço apenas o barulho da chuva que cai incessantemente. Ponho uma canção do Jorge Vercillo pra tocar e acendo um incenso. Em poucos segundos, o cheiro de cravo da Índia começa a exalar e a tomar conta de mim... E eu fico inebriado... Aquela canção gostosa me invade os ouvidos: - Breve coração, tens um eterno ardor que me inunda a alma de emoção (...). Desfaleço-me sobre a cama, já despido das roupas e dos problemas. Como é doce viver para me recordar de que há poucos instantes eu tive o meu amor nos braços... Nós nos beijamos demais, entregues ao desejo arrebatador... Ai, a sua pele em brasa a me chamuscar, a esgrima de língua, a face roçando a minha, o torso, o gosto do suor, as pernas entrecruzadas e a indizível sensação de sua boca de maçã a percorrer e a beijar cada pedaço do meu corpo... Todos os sentidos direcionados à libido, à busca do êxtase puro.

Ah, indelével ânsia de amar, por que caminhas lado a lado comigo? Por que não me deixas? Não sei explicar a razão nem quero! Já estou irremediavelmente louco, embriagado de amor...

terça-feira, 18 de março de 2008

Zizi em DVD

Zizi Possi - uma das mais talentosas cantoras do Brasil - abre temporada de 12 espetáculos, repletos de convidados, com diferentes repertórios, na casa paulista Tom Jazz para celebrar os 30 anos de sua bem sucedida e elogiadíssima carreira. O projeto - cuja idéia é juntar um vasto material em vídeo e compilar os melhores momentos de todos os shows num DVD - foi intitulado "Cantos e contos".

“Receber e apresentar os amigos, cantar com eles, ter espaço para contar e ouvir histórias. O projeto 'Cantos e contos' é a realização de um sonho que tenho acalentado há alguns anos. Ampliar as possibilidades de viver a liberdade de cantar a canção que me escolhe, poder partilhar essa delícia com o público, com os músicos e artistas que gosto e admiro, já é por si só um luxo. Fazer isso acontecer semanalmente é um verdadeiro oásis para quem, como eu, tem sede de música, beleza, cultura e arte. O palco é minha morada e estou feliz porque estarei 'abrindo minha casa' para receber amigos no palco e na platéia, fazer e ver a música ser feita, viva e ao vivo, integrando a todos", afirma a cantora.


A primeira das apresentações aconteceu na última terça-feira (11/03) e contou com participação da onipresente Alcione. Zizi abriu o show ao som de "O que é, o que é", de Gonzaguinha, e entoou na seqüência outros sucessos como "Mais simples", "Ar puro", "Lamentos" e "Viver, amar, valeu".
A Marrom entrou no palco na hora em que Zizi cantava "Escurinha", de Geraldo Pereira, e ficou até o final do show. Juntas, as duas relembraram clássicos como "Tanta saudade", "Com que roupa", "Gostoso veneno", "Incompatibilidade de gênios", "Não deixe o samba morrer" e "Madalena". Zizi ainda interpretou sozinha "Sufoco/ Linda flor" e "Rebento". A cantora estava bastante emocionada e foi às lágrimas mais de uma vez. O espetáculo foi totalmente ovacionado pelos privilegiados que estavam presentes.

Para os próximo shows - que acontecerão sempre às terças-feiras, até o dia 27/05 - já estão confirmadas as participações de Eduardo Dussek, Luiza Possi (filha da cantora), João Bosco, Ivan Lins, Bibi Ferreira, Edu Lobo, Ana Carolina e Alceu Valença (com quem a Zizi fez um arrebatador dueto em "Tesoura do desejo", presente no disco do cantor, "Sete desejos", de 1992).

Especialmente para o show do dia 29/04, Zizi Possi convidou o sanfoneiro moderno Toninho Ferragutti para prestar bela e merecida uma homenagem a Gonzaguinha, celebrando os 17 anos da morte do cantor, e também a Luiz Gonzaga, rei do baião, que se foi meses antes do filho.

Espera-se que, ao longo das apresentações subseqüentes, a cantora volte a deliciar o público com os seus sucessos mais populares, que a consagraram nos anos 80, como "Asa morena", "Noite", "Perigo", "Meu amigo, meu herói", "Eu velejava você", "A paz, "Nunca", "Luz e mistério", "Caminhos de sol" e "O amor vem pra cada um", mas sem abrir mão da qualidade e do total requinte que permeiam seus discos e shows.



Desde o seu surgimento na mídia, no longínquo 1978 - através da canção "Pedaço de mim", em célebre dueto com Chico Buarque - Zizi Possi colecionou grandes êxitos em sua carreira durante toda a década de 80, cujo ciclo se encerrou com o primoroso disco "Estrebucha Baby", de 1989, que marcou o afastamento do padrão radiofônico da época e, por essa razão, foi duramente criticado e recebido com frieza. O fracasso de vendas do LP marcou a saída da cantora da gravadora Polygram e a sua entrada na gravadora de pequeno porte, Eldorado, onde gravou o elogiadíssimo disco acústico, "Sobre todas as coisas", que foi um divisor de águas na carreira de Zizi e rendeu a ela os prêmios Sharp (atual Prêmio Tim de Música) e APCA (de melhor cantora e disco de MPB em 1991). Os discos "Valsa brasileira" (1993) e "Mais simples" (1996), repletos de regravações de canções pouco conhecidas de artistas consagrados, encerram a trilogia acústica da cantora. O êxito de vendagens do último disco resultou na primeira produção em língua estrangeira de Zizi Possi, "Per amore" (1997), cuja faixa-título fez enorme sucesso por conta de sua inclusão na novela "Por amor", de Manoel Carlos. Nessa época, Zizi fez muitos shows pelo Brasil e foi bastante aclamada pelo requinte do repertório e pelo seu total domínio da língua italiana. O sucesso foi tão grande que resultou no disco "Passione" (1998), considerado a continuação do anterior, que lhe garantiu novamente um disco de ouro e de platina. Em 1999, retomou o repertório brasileiro com o álbum "Puro prazer", no qual concretizou um antigo projeto de gravar voz e piano. Em 2001, gravou o CD "Bossa", que foi considerado um fiasco de vendas e criou uma indisposição de Zizi com a gravadora. A partir daí, deu-se a decisão da cantora de não mais assinar contratos longos com gravadoras. Os três anos seguintes marcaram a depressão de Zizi Possi e seu afastamento da mídia por um tempo. Em 2005, lançou em CD e DVD o restrito trabalho "Pra inglês ver e ouvir", com repertório formado por clássicos da música inglesa e norte-americana, gravado ao vivo no Teatro Frei Caneca, em São Paulo.

Por fim, o ano de 2008 marca o feliz reencontro de Zizi Possi (em plena forma aos quase 52 anos de idade) com seus antigos sucessos, parceiros queridos e público cativo. Conhecida por ser extremamente exigente no tocante à qualidade da sonoridade (fruto de seus estudos de composição e regência desde a adolescência), Zizi certamente saberá extrair o supra-sumo dessa série de apresentações do Projeto "Cantos e Contos" e presenteará todos os fãs com o que há de melhor em sua música.

Salve Zizi!!!

quarta-feira, 12 de março de 2008

A reforma ortográfica da língua portuguesa

A reforma ortográfica da língua portuguesa teve suas bases firmadas em 1990, mas só no último dia 06/03 é que foi aprovada formalmente pelo Conselho de Ministros de Portugal, embora ainda precise ser submetido e ratificado pelo Poder Legislativo de Portugal. De acordo com o documento, há um prazo de até seis anos para que a reforma seja totalmente efetivada. O acordo prevê a padronização da escrita nos oito países do mundo nos quais o português é a língua oficial. No Brasil, a reforma estava prevista para entrar em vigor no mês de janeiro deste ano. Só falta a assinatura de um decreto presidencial regulamentando as mudanças em território nacional - o que deve acontecer em breve por causa da adesão dos portugueses. Além do Brasil, já se comprometeram também Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Os governos de Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e Timor Leste ainda não aderiram ao acordo, mas a decisão favorável de brasileiros e portugueses pode acelerar o processo.


As principais mudanças para os brasileiros:

As mudanças afetam apenas a grafia das palavras. Permanecem inalteradas as pronúncias típicas de cada país. As modificações mais significativas são:

1. As letras "k", "w" e "y" são incorporadas ao alfabeto, que passa a ter 26 letras;

2. As regras de hifenização foram simplificadas. Agora não se usa mais hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente (ex: autoescola);

3. Algumas palavras passam a ter grafia dupla, a fim de contemplar diferentes pronúncias (ex: gênio/génio);

4. Extinção do trema, a não ser em nomes próprios e seus derivados (ex: palavras como "freqüência" e "eloqüencia" passam a ser frequência, eloquência);

5. O acento agudo deixa de ser utilizado para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição), por exemplo;

6. O acento agudo também está abolido nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas (ex: "idéia" passa a ser "ideia");

7. O acento circunflexo deixa de existir em palavras terminadas em hiato "oo" (como "enjôo") e nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo e subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados (as grafias passam a ser "creem", "deem", "leem" e "veem").

O português é um dos idiomas mais falados do mundo (200 milhões de pessoas nos oitos países em que ele é a língua oficial).

No Brasil, a Novíssima gramática ilustrada, organizada pelo professor da Universidade de São Paulo, Luiz Antonio Sacconi, é a primeira obra lançada em total conformidade com a reforma ortográfica.

domingo, 9 de março de 2008

Novidades em breve!


Prezados leitores,


Perdoem-me o longo hiato de 30 dias sem atualizações no nosso estimado blog! Ando repleto de ocupações que me têm deixado desprovido de tempo para o Café. No entanto, devo dizer-lhes que os dias vindouros serão bastante produtivos e repletos de novos textos sobre assuntos diversos! No próximo mês, comemoraremos 01 ano de blog, com a certeza de que houve mais acertos que erros, tamanha a receptividade dos internautas! Manter um blog não é tarefa fácil, pois é necessária a atualização constante com matérias de conteúdo interessante e estimulante. Simplesmente repetir o que já está fartamente publicado em grandes sites de notícias não trará nenhum diferencial a qualquer blog, que precisa de originalidade e caráter crítico para motivar alguém a acessá-lo com freqüência! Por essa razão é que apenas publico matérias as quais julgo atrativas aos leitores, mesmo que haja semanas sem novos textos.

Está aberto a vocês o espaço para envio de críticas, sugestões e dicas para melhoria do nosso querido Café Cultural. Gostaria também de agradecer o carinho e a participação de todos os que acessaram o blog e comentaram as matérias ao longo desse primeiro ano de existência. Ao colaborador Williams Vicente, deixo meu sincero abraço e aproveito o ensejo para dizer-lhe que estou sentindo falta de sua participação ativa no blog, com seus textos que tanto agradaram aos leitores e enriqueceram ainda mais este espaço!


Atenciosamente,

Freddy Simões
Editor-chefe do blog

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Assédio moral no trabalho.


A questão do assédio moral é tão antiga quanto o próprio trabalho, mas agora vem recebendo um destaque maior na mídia, nos meios jurídicos e políticos, em virtude da crescente necessidade de humanização das relações de trabalho. O assédio moral no trabalho está diretamente ligado a um processo de humilhação, capaz de gerar dor, tristeza e sofrimento psíquico. Muitas vezes, ele é mascarado sob a forma de brincadeira inofensiva que se repete de maneira insidiosa, com o propósito de acuar o indivíduo e deixá-lo numa situação de inferioridade diante do chefe, do encarregado ou de colegas agressores, criando na vítima sérios distúrbios de ordem emocional e até mesmo física. O assédio moral é gerador de cansaço que pode levar a um processo de "burn out" (exaustão máxima), demotivação, revolta, sentimento de nulidade e depressão, graças à desestabilização da relação do funcionário com o seu trabalho.

É comum que em um grupo de trabalho haja um certo nível de competitividade e surjam conflitos, mas também é importante que as pessoas saibam aceitar alguns limites , a fim de que se possa haver mais conciliação e tolerância dentro da equipe. Comentários deselegantes e palavras mordazes mexem bastante com as emoções das pessoas, mas podem ser considerados insignificantes e esquecidos sem maiores traumas, caso tenham sido feitos em momento de irritação e, principalmente, se houver em seguida um pedido de desculpas. No entanto, é preocupante quando as diferenças no grupo persistem e as cenas de humilhação e agressão se repetem sem que haja qualquer tentativa no sentido de apaziguá-las. Por outro lado, há aquelas pessoas que se deixam ficar à mercê do agressor, em ambiente hostil, e não se manifestam nem se defendem, por submissão ou medo de perder o emprego.

As vítimas mais freqüentes do assédio moral geralmente não são maus funcionários - como afirmam os agressores em suas defesas -, mas empregados dedicados, assíduos e com postura crítica. E isso assusta muito o "superior" inseguro, que tem medo de ter a sua autoridade contestada, e passa a manter uma postura agressiva, com o propósito de instituir respeito "na base do grito", quando, na verdade, consegue impor nada mais que o medo nos subalternos.


Reconhece-se o assédio moral quando o chefe:

- só fala gritando com o trabalhador;
- estabelece metas impossíveis de se atingir;

- sobrecarrega o funcionário, atribuindo a ele mil tarefas simultaneamente, e a maioria delas inúteis ou degradantes;
- torna o trabalhador alvo de chacotas e piadas e passa a chamá-lo por um apelido ridículo;

- faz acusações ou suspeitas de furtos;
- duvida da autenticidade dos seus atestados médicos;
- zomba de sua aparência física;
- deixa de fornecer materiais e instrumentos de trabalho (retirada do telefone ou do computador, por exemplo);
- ignora sua presença e só se dirige aos demais colegas, passando à vítima a impressão de que ela é insignificante e descartável;

- registra quantas vezes o funcionário vai ao banheiro, controlando seus movimentos;

- sugere ao trabalhador que peça demissão; e muitas outras situações humilhantes.


Como se defender do assédio moral?

O assédio moral é uma agressão difícil de se provar na justiça, e o ônus da prova imcube a quem alega, ou seja, à vítima. O agressor, naturalmente, nega a realidade da violência, e as testemunhas - geralmente colegas de trabalho que se relacionam diretamente com o assediador - não querem interferir porquem temem represálias e até mesmo demissão.

Cabe ao trabalhador ficar atento e reagir de forma organizada e não passional, o mais cedo possível, antes de adoecer ou perder o emprego. Outra medida importante é proteger o trabalho, projetos e relatórios os quais esteja desenvolvendo, inclusive sua agenda pessoal, e ter sempre um backup de tudo o que for importante no computador da empresa. Além disso, deve-se fechar a gaveta com chave ou carregar consigo tudo aquilo que for prioritário, a fim de que o material não seja sabotado. Isso pode ajudar bastante em situações de crise.

A vítima deve ainda tirar fotocópias de bilhetes e guardar emails e documentos que comprometam o agressor, como a solicitação de tarefas impossíveis de se cumprir, ou inúteis, e que provem a perda de promoções, vantagens financeiras ou de postos. Também é válido anotar em um diário tudo o que se passou com detalhes, como dia e hora em que foi provocado, nome das pessoas que assistiram à cena etc.

O trabalhador deve fortalecer laços com pessoas mais próximas e buscar apoio dentro e fora da empresa. Dentro do ambiente empresarial, a ajuda pode se dar pelas mãos de profissionais como assistente social, psicólogo e médico do trabalho.

É imprescindível dar visibilidade e denunciar o assédio moral, pois o isolamento e o silêncio só favorecem o agressor. Falar sobre o problema evita que se adoeça física e emocionalmente, e ainda ajuda outras pessoas que estão passando por situação semelhante.

Além disso, a vítima deve procurar um sindicato e pedir orientação sobre como proceder para buscar assistência jurídica e formalizar denúncias no Ministério Público, Ministério do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina, que tem uma resolução sobre a saúde do trabalhador (1488/98).

"Quando não nos rebelamos contra as atrocidades do outro, permitimos que a crueldade permaneça, que as mentiras prosperem e que estes atos se banalizem".
(Sigmund Freud)


Fontes pesquisadas:

HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

PIMENTEL, Déborah. Assédio moral no trabalho. Aracaju: Sindicato dos Eletricitários do Estado de Sergipe, 2007.

ASSÉDIO MORAL. Disponível em www.assediomoral.org. Acessado em 07/02/2008.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Muitos carnavais...

"Se eu deixar de sofrer, como é que vai ser para me acostumar? Se tudo é carnaval, eu não devo chorar, pois eu preciso me encontrar".
(Batatinha/J.Luna)

Meu corpo já começa a sentir os efeitos do esforço dispendido na folia de Momo que termina hoje, mas mesmo assim encontro motivação para escrever estas palavras regadas a muito álcool e nicotina! Carnaval... festa das múltiplas possibilidades, em que uma força esquisita e libertária faz despertar na gente essa ânsia louca de trilhar os caminhos da lascívia, que têm como destino os mais torpes, incontidos e indizíveis desejos... Nessa época, as pessoas querem se livrar de todas as amarras impostas pela vida prática e real, e mostrar o que elas realmente são: seres humanos, dotados de instintos, necessidades e vontades, nos quais a razão não consegue nem deve impor freios o tempo inteiro. E é assim, desenfreada, a vontade que eu tenho de você. Queria ter coragem de lhe dizer com mais objetividade e sem rodeios tudo o que sinto, mas acho que não é nem necessário fazê-lo, pois, no fundo, você já sabe... mas não quer nem pode entender! Ontem, procurei a sua presença, busquei sua cara entre as caras da multidão, pois queria ao menos por intantes que os seus olhos de mar cruzassem os meus, e assim eu pudesse estampar no rosto o meu sorriso mais bonito, advindo da alegria do reencontro, da alegria de ver a sua figura ali presente! Queria apenas lhe dar um abraço apertado e sincero! No entanto, aos poucos, a minha esperança de encontrar você se esvaeceu tal qual a fumaça do meu cigarro. As batidas do meu peito tornaram-se mais fortes que as dos sambas entoados pela cantora deslumbrante que se apresentava no palco. Então, decidi juntar-me a turma que me acompanhava e seguir rumo ao pólo multicultural no Marco Zero! Sambei a noite inteira para esquecer o quanto me senti sozinho neste carnaval, apesar de tão "disputado" por família e amigos! "(...) Alguém vai sambar comigo, e o nome eu não digo/ Guardo tudo no coração".

Chego à conclusão de que não há Galo da Madrugada, ladeiras de Olinda, frevos, sambas, axés ou mil beijos indiscriminados que possam curar a solidão, porque ela é inerente à condição humana. No fundo, as pessoas brincam mesmo para esconder a dor! Vou findar as palavras por aqui, pois a minha cerveja já está esquentando...


quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O Rei do Pop prepara sua volta!

Após um longo período repleto de confusões e polêmicas, Michael Jackson prepara terreno para sua volta, com o tão esperado CD de inéditas, produzido pelo rapper Will.I.am, do Black Eyed Peas, com lançamento previsto ainda para este semestre. Antes disso, será lançada no dia 12 de fevereiro a edição comemorativa dos 25 anos do álbum mais vendido de todos os tempos - "Thriller 25th Anniversary Edition", que virá com novo encarte e trará os clássicos do disco totalmente remasterizados, assim como novas versões de alguns dos hits. O primeiro single "The Girl is Mine 2008" já está nas rádios de todo o país, como Joven Pan e Transamérica, desde do dia 15 de janeiro, e conta com a participação do rapper Will.i.am. Mas a parceria do músico com Jackson não ficou apenas em uma canção. Depois de produzir nomes consagrados da música atual como Justin Timberlake, Fergie e Snoop Dogg, Will.i.am vivenciou um novo desafio: o rapper teve a tarefa de dar uma nova sonoridade aos clássicos do rei do pop. Em "The Girl is Mine", Will.i.am introduziu batidas mais fortes, sem perder o charme e o romance da versão original (gravada em duo com Paul McCartney): "Every night she walks right in my dreams/ Since I met her from the start/ I'm so proud I am the only one/ Who is special in her heart/ The girl is mine". A nova edição de Thriller contará ainda com as ilustres participações de Akon, Fergie e Kanye West, que remixou "Billie Jean". Um DVD também será lançado com os clipes de "Thriller", "Billie Jean" e "Beat It" e o célebre especial "Motown 25: Yesterday, Today, Forever", produzido pela NBC, em 1983, onde Michael mostrou para uma platéia boquiaberta o incrível passo de dança em que ele andava até o canto esquerdo e voltava deslizando de costas. Naquela noite do especial, mais do que mostrar ao mundo pela primeira vez o passo a que chamou "Moonwalk", Jackson consagrara-se como nada menos que o "Rei do Pop".

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Para um amor em São José do Egito...

Fim de noite... Doces minutos de loucura em que me lembro do perfume embriagante que exalava daquele pescoço... O toque sutil daquelas mãos impetuosas a acariciar minha pele cravada de arrepios... Ah, como é bom viver para me desprender, ao menos por instantes, dessa maçante rotina, e me lembrar do quão feliz, meu bem, você me fez naquela madrugada de desejos profundos e ocultos que podem parecer deveras ignóbeis, mas que constituem a representação nua e crua do puro e inelutável prazer! "Navega em mim, que eu sinto os prazeres do mar".

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

2008 promete!

Ano-novo, época de esquecer fantasmas, hora de viver intensamente, de buscar novos rumos, novos horizontes... Cuidar do corpo e da mente... CANTAR... Cantar a vida, os amores... Celebrar o recomeço, a esperança... TRABALHAR... Trabalhar para alcançar os intentos, elaborar projetos e concretizá-los... AMAR... Amar sempre e incondicionalmente! Sinto-me feliz e realizado por me encontrar no estado de graça que a música me deixa! Meu Deus é músico, tenho certeza! Quero viver, cantar, amar cada vez mais! 2008 promete...