
"E você reservada, tão quieta, não fala
mas sabe me endeusar
no exato momento da nossa agonia
pra se completar
com seus beijos ardentes, tão doces, tão quentes
vem me embriagar
no entanto, sentida, no instante da briga
chega a delirar
Entre bocas nervosas, com risos, com prosas
vamos nos pertencer
E rasgando essa vida da forma precisa
de amar e de se ter...
Eu quero seu amor a qualquer preço
Quero que você me tenha até pelo avesso
Pra me sentir envolvido em seus cabelos
Faça de mim o que quiser
Eu sou seu homem, minha mulher"
Roberto Carlos - LP de 1976

"(...) Palavras são palavras
e a gente nem percebe
o que disse sem querer
e o que deixou pra depois
Mas o importante é perceber
que a nossa vida em comum
depende só e unicamente de nós dois.
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito
meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar"
Em 1977, um trágico acidente de carro na via Anhanguera, em São Paulo, pôs fim à vida de Milton Carlos, com apenas 22 anos de idade. Isolda, mesmo profundamente abalada com a morte prematura do irmão, companheiro e parceiro musical, compôs sozinha a sua mais importante e bela canção, Outra vez, que foi gravada no mesmo ano por Roberto Carlos e acabou se tornando um dos maiores sucessos do cantor. A letra sugere o fim de um romance, mas na verdade é uma homenagem de Isolda a seu irmão, e trata de um amor fraterno que se mantém vivo através das lembranças.

Outra vez
Esqueci de tentar te esquecer
Você foi o melhor dos meus planos
Sobre a morte do irmão e a música Outra vez, Isolda relata em seu blog:
“Acho que minha vida se divide em antes e depois desse dia. Pensei em voltar a estudar, em tomar outro rumo, mas no meio dessa tempestade encontrei vários amigos que me abrigaram, emocionalmente e, mesmo sem perceber, continuei fazendo sozinha o que sempre fiz desde menina: brincar de fazer músicas. Desse momento em diante, sem mais o meu amigo para brincar comigo. Foi assim que fiz, numa madrugada, uma música desprovida de qualquer ambição futura, uma confidência sincera: ‘Outra vez’. Gravei essa canção numa fita entre outras e entreguei para Roberto Carlos”.
Isolda continuou compondo para vários artistas. Roberto gravara, ainda, Tente esquecer (1978), Como é possível (1982) e outras nas décadas de 80 e 90.
Milton Carlos, apesar da curta carreira, também deixou grandes registros na sua própria voz, dentre eles: Samba quadrado (canção que teve bastante êxisto na época e até hoje é lembrada por grupos de samba/choro); Uma valsa, por favor; Vexame; Desta vez te perdi; Eu juro que te morreria minha; Memórias do Café Nice ("ai que saudade me dá... do bate-papo, do disse-me-disse lá do Café Nice/ ai, que saudade me dá"); e a belíssima Você precisa saber das coisas.
Fontes pesquisadas:
- Blog "Engenho e Arte":
http://www.paulobap.blogspot.com/ (acessado pela última vez em 29/05/2009);
- Isolda (Site oficial):
http://www.isolda.mus.br/ (acessado pela última vez em 27/05/2009);
- Site "Paixão e Romance"
www.paixaoeromance.com/70decada/outra_vez/houtra_vez.htm (acessado pela última vez em 29/05/2009).