sábado, 21 de junho de 2008

O que é blasfêmia?

É a difamação, por meio da fala ou da escrita, de um ou mais deuses ou figuras sagradas de determinada religião. Algumas vezes, o termo, derivado do grego blasphemein - de blaptein, prejudicar, e pheme, reputação -, também é empregado como significado para insulto. O Levítico, terceiro livro do Velho Testamento, defende que "quem blasfemar o nome do Senhor está morto". No Evangelho de Lucas, é dito que blasfemar contra o Espírito Santo é imperdoável. O Corão, livro sagrado dos muçulmanos, não é menos rígido: afirma que Alá perdoa todos os pecados, exceto descrer em Deus, ou seja, a blasfêmia. Para os seguidores do islã, falar mal de Maomé e de qualquer outro profeta citado no Corão ou na Bíblia também é considerado uma blasfêmia. O curioso é que, mesmo em tempos de secularismo e separação entre Igreja e Estado, vários países ainda adotam leis de blasfêmia. É o caso da Inglaterra, da Finlândia e da Alemanha, entre outras nações européias. No mundo muçulmano, a pena para os blasfemos é dura no Paquistão, variando da prisão perpétua à pena de morte. E não podemos esquecer do Irã, que, em 1989, condenou à morte o escritor britânico Salman Rushdie, autor de Os Versos Satânicos, por supostas blasfêmias contra o islã. A condenação foi revogada em 1998, depois de tratativas entre Irã e Inglaterra.

Fonte: Revista Vida Simples, n° 66 (Maio/2008) - Editora Abril.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Confissões, devaneios e sossego... Muito sossego!

Estou praticamente recluso por uns dias em Itapetim, pequena cidade do interior de Pernambuco, sertão do Pajeú, onde estão fincadas minhas origens. Longe de comunicações via celular e da agitação de Recife, busco a paz de espírito e o equilíbrio emocional. Espero também alegrar meu coração com os festejos juninos, que começam na próxima semana. A receptividade dos moradores daqui é impressionante e faz com que a pessoa se sinta de fato abraçada, abrigada. O tempo aqui está bastante frio, e mesmo durante o dia a temperatura é bem agradável. O silêncio dessas horas calmas me torna reflexivo acerca de muitas coisas as quais vivenciei nos últimos meses, e que deixaram marcas profundas e feridas abertas em meu peito. Dessa forma, resolvi convidar minhas tristezas e mazelas emocionais para um chá da tarde comigo, pois encarar certas questões de frente é melhor que fugir delas. A experiência de meus últimos dissabores me leva a acreditar que mais vale ser altruísta que egocêntrico, embora seja muito difícil praticar esse querer despretensioso, em que se dá amor sem exigir recíproca. "Que prazer mais egoísta o de cuidar de um outro ser, mesmo se dando mais do que se tem pra receber". Os dias passados foram um verdadeiro exercício de paciência, no qual tive de conviver com egoísmo, vaidade, infantilidade, histerismo e desequilíbrio psicológico. Tentei ainda persistir nessa relação absurda, porque eu sou "todo amor", e meu sentimento, por ser verdadeiro, nutria-me de esperanças de que tudo iria ficar bem. No entanto, sei que foi mais acertado ficar afastado de tudo isso, embora o vazio machuque ainda o meu peito, pois esse convívio estava substraindo a energia positiva que existe em meu ser atuante, vibrante, pulsante... E as pessoas têm que somar algo de bom e construtivo às nossas vidas - caso contrário, é melhor que estejam bem longe de nós! Apesar de o amor nos levar a fazer concessões e romper alguns limites, não é saudável abrir mão de alguns princípios que nos norteiam e denotam nossa personalidade. Não vou mentir pra mim, fingindo ser alguém que não sou. Gosto de gente bonita, feliz, inteligente e de bem com a vida! Sei que todos têm problemas - e alguns muito difíceis de administrar -, mas não tenho paciência para ouvir lamúrias o tempo inteiro. É muito fácil reclamar de tudo e de todos sem sequer mover uma palha para mudar a situação! É preciso entender que a atitude é que destrói a barreira existente entre a mediocridade e o êxito em nossas vidas. "Eu não sou de olhar o que passou nem lamentar o que se foi - sou de criar o que será". Espero que os erros e acertos me dêem a experiência necessária à construção de uma nova história, sempre! "Só nos cabe a dor frente a evolução". Eu quero, posso e mereço ser feliz com o que sou e o que tenho, e só desejo uma coisa a quem não me amou: saiba amar alguém um dia!

Enquanto me recupero de todo o mal que me foi causado, faço da música a minha companheira e da literatura o meu porto seguro. Estou cada vez mais embevecido com a música do Jorge Vercillo e com descoberta (tardia, porém compensadora) da maravilhosa poesia de Bruna Lombardi (a quem eu dedicarei com maior prazer uma matéria inteira, dentro em breve).

domingo, 15 de junho de 2008

Relato do show de Jorge Vercillo em Recife (14/06/08)

Jorge entrou após o show de Luiza Possi, quase a uma da manhã. Foi ovacionado pelo Chevrolet Hall lotado, assim que começou a fazer as vocalizes de "Melhor Lugar", antes mesmo das cortinas se abrirem. Foi bonito ver e ouvir os milhares de fãs cantando "Sonhamos paisagens, compramos passagem e nunca voamos pra lá" em coro. Após a segunda música, ele cumprimentou o público pernambucano e falou da satisfação de vir sempre a Recife. Elogiou Luiza Possi e falou de seu parceiro musical, Dudu Falcão, que estava aniversariando, e cantou "Ciclo", parceria de ambos (outro número em que o público em peso cantou junto, principalmente no refrão de "Eu que não sei quase nada do mar"). Emocionou a todos ao relembrar Gonzaguinha, com "Espere por mim, morena", em casadinha com sua bela "Luar de sol". Em seguida, houve o momento marcante em que cantou "Signo de ar", com um novo arranjo que ficou meio bossa (muito mais bonito que o 'dance' original). Foi praticamente idolatrado quando cantou "Ela une todas as coisas", cujos arranjos estavam completamente fiéis ao disco (o violino praticamente falava! Lindo). Ele soltou a voz em "Devaneio" e deve ter provocado arrepios no público inteiro naquele momento da paradinha: "e o silêncio... fala mais que a traição". Explicou a letra altruísta e espirituosa de "Vôo cego", uma das canções mais fortes de seu último disco. Arrasou na difícil “Numa corrente de verão”, parceria dele com Marcos Valle. Surpreendeu com o novo arranjo de "Homem-aranha", meio jazzístico, mas que não conseguiu empolgar tanto quanto o anterior. A mudança brusca causou uma certa estranheza em muitos dos presentes.

Na seqüência, teve um momento engraçado: ele errou a letra de “Toda espera”. No trecho “se eu ando distraída assim me deixe só” ele completou com “tô te trazendo o tempo inteiro só pra mim” e se atrapalhou com o restante da estrofe. Continuou rindo e apenas sofejando a melodia. Disse então: “pô, vâmo cantar essa primeira parte que fala da mulher de novo, que é tão bonita!”. Depois lembrou da letra e cantou a música toda. Foi aplaudidíssimo no final. “Camafeu guerreiro” com a roda de capoeira divertiu muito o público, mas foi um 'nada a ver' aquele violinista cantando “Epitáfio” desafinadamente e totalmente fora de contexto! Ponto para Calasans, que se mostrou afinadíssimo em “Eu só quero um xodó”. Logo em seguida, Jorge tentou dar uma renovada na surrada “Fênix”, com uns arranjos modernos, sem aquele batido solo de sax, mas ele bem que poderia dispensá-la e trazer à tona alguma canção do tão esquecido segundo disco, como, por exemplo “Infinito amor” ou “Raios da manhã”. Mas é fato que o público adora vê-lo cantar “Fênix”. Vercillo emocionou o público com “Encontro das águas” e, logo em seguida, atendeu aos pedidos insistentes para que cantasse “Avesso”, que se tornou música cult gay por causa da letra. A seqüência final do show iniciou-se com “Todos nós somos um”, quando Jorge mandou abrir a grade de proteção que separava as mesas da pista e todos se misturarem, fazendo jus ao título da canção. O público das mesas deve ter odiado (risos), mas o restante ficou enlouquecido, em êxtase!!! Em seguida, cantou Cazuza, Coisa de Jorge e outros hits radiofônicos! ÓTIMO show, como não poderia deixar de ser, em se tratando de JORGE VERCILLO.
Fotos ilustrativas creditadas a Rô Silva e Cátia Veloso.