domingo, 1 de fevereiro de 2009

A felicidade reside na ignorância.

Eu, solitário e desesperançado, confesso já estar ficando um tanto cansado de exercer diariamente a tolerância e a candura com os que me cercam. As pessoas esperam de mim muito mais do que eu talvez possa oferecer a elas. Preciso ter um sorriso sempre plantado no rosto, serenidade na voz e eterna disposição para ouvir, entender, esperar, doar a mim mesmo e fazer concessões o tempo inteiro, despretensiosamente. Pergunto: quem se importa com o que sinto e sou? Quem estende uma mão amiga em meus momentos de fraqueza e angústia? A verdade é que cada um só quer olhar para si, pois enxergar um palmo à frente do nariz significa ter a árdua tarefa de compreender com mais profundidade o ser humano, com todas as suas complexidades e mazelas emocionais. E quem enxerga o mundo sem viseiras livra-se simultaneamente das amarras da mediocridade, e sofre mais por saber que a realidade é muito mais cruel e mesquinha do que se imaginava outrora. Decerto, a felicidade reside na ignorância!

Os últimos dias têm sido para mim uma verdadeira prova de fogo, pois vejo minha liberdade cerceada em todos os aspectos, e preciso lutar o tempo inteiro para tentar quebrar todas essas correntes presas a mim. Numa dessas tentativas, resolvi dar vazão a uma paixão arrebatadora, e corajosamente me dispus a admitir para mim mesmo que eu queria engrenar um relacionamento sério e duradouro, pautado em razão e sentimento de amor. Como um bicho acuado e medroso permuta suas angústias em pura valentia, algumas pessoas fazem exatamente o contrário: transformam seus receios em ações de covardia e desdém. E foi isso que aconteceu com a contraparte, ao ceder à vil chantagem emocional de uma 'persona non grata' que, motivada por ressentimentos, só quis me destituir de crédito, em vias de injúria e maldade, causando sofrimento psico-emocional em minha humilde pessoa.

Meu defeito mais humano é amar em demasia, mas não posso ser diferente. Sou um anjo carnal, e não cabe a mim a tristeza ou a vergonha. A minha razão agora passa a prevalecer sobre minha emoção, e renuncio a mais um amor, na certeza de que ofereci o melhor de mim. Em meio a tanto descaso e desamparo, meu bom humor ainda me faz vislumbrar beijos e baladas, bossas e sambas numa partitura contínua de esperança!

Os amores passam, mas as canções ficam! E o carnaval tá chegando... Viva o mês de fevereiro! Viva a música! Viva Vercillo! Viva a gente!

3 comentários:

Linda Simões disse...

Pra ti envio o meu amor.Sinta-se amado.Sinta o meu abraço sincero,o meu beijo fraterno.Estou contigo.Viva a ilusão!Viva a vida!
Que venham as intempéries...Nós venceremos todas!

Anônimo disse...

Caríssimo !!! Eu confesso que o objetivo primeiro de minha visita ao teu espaço blogueiro, seria apenas e tão somente agradecer-lhe a visita... E no entanto - PARA MINHA SURPRESA - deparo-me com "um cantinho" todo especial : Aroma cultural ao sabor de um bom café, Fooooorte e encorpado! Parabéns garoto! Acredite, fiz um delicioso passeio por teus caminhos de prosa impregnada de poesia , e, ouso dizer, pisarei novamente tua estrada. Nossa! Quanta sensibilidade, afeto, carinho e.... Amor! Concordo contigo, a vida não teria qualquer sentido se não fosse a nossa capacidade de amar sempre. Entretanto, cada um de nós, possui um referencial para perceber o sentido da vida, para orientar e escolher o que e como criar, para saber pelo que e como lutar. O seu referencial, pelo que percebi,é o "Amor romantico atrelado a outrem", este é o referencial predileto dos poetas. Eu por exemplo, quando estou amando, não penso sobre o amor. Eu busco saber quais são as melhores condições para que o amor se realize. Eu acho que o amor é uma coisa que se produz no ser humano, como uma manifestação do fato dele estar vivo. O amor independe de outras pessoas, o amor que sinto está em mim. O amor é produto de minha vida, ele é pedaço de meu ser. E tem mais, ninguém produz o amor em mim. O máximo que pode acontecer é alguém habituar-se ao amor oferecido por mim. Aceitar uma troca entre a minha capacidade de saber amar e a capacidade de amar do outro. Não acredito que alguém possa ser o responsável pelo nascimento do amor em mim. O amor se desenvolve livre, como a vida pede que ele se desenvolva. E sendo livre, nos dá a possibilidade de amar quem bem quizermos. Eu acho a visão do amor produzida por outra pessoa uma coisa bastante idealizada. Quando perco alguém que amo, sofro a perda da companhia, mas o amor permanece, VIVO. O que vale é o "estar junto", as coisas que são vivenciadas quando estamos unidos. Penso que se não houvesse a ideologia do amor, não haveria a ideologia da vida. A vida em si, o estar vivo, é muito pouco. O que nos faz sentir a vida, querer a vida, buscar sentido para se viver, é a sensação "indefinível", porém extraordinária, que é o AMOR. O amor é alguma coisa que existe na vida não como produto da vida, mas alguma coisa que faz e justifica a vida. Para mim, o conceito de AMOR se identifica com o da VIDA. E nessa mistura sublime de amor e vida, posso questionar, como fez o meu saudoso poeta do "amor anárquico": Roberto Freire : "Não seria o AMOR, e não a VIDA o contrário da MORTE ???. Então caríssimo, ouça o seu amor por você mesmo e conclua. Parabéns pelo "teu cantinho" todo especial, e me desculpe se caminhei demais pelos recantos de você mesmo. PS: Te favoritei... Abraços Garoto!

Anônimo disse...

Oi Fred!

Bem, ao ler suas palavras temos que colocar nossa opinião antagônica.

Especialmente quanto à colocação "a felicidade reside na ignorância", acreditamos que essa que ali mora não é mais do que uma irreal felicidade. A paz vêm da sabedoria (conhecimento experimentado) e, à medida que caminhamos, nos aproximamos dela. Se nos virarmos contra esta realidade, estaremos deixando de andar e prolongando o sofrimento.

Mas como o tempo é um dos maiores professores, tudo se resolve. Fique sempre com Deus.