segunda-feira, 28 de maio de 2007

Freddy Simões - Show no SESC Sto Amaro - 24/05/2007

Início do show, com a música "Compasso".

Momento de introspecção.

Participação da querida Mayra Clara.


Robson Soares arrasando no contrabaixo, num improviso da música "O leãozinho".


Paulo Simões ao violão.


Momento de mais descontração.


Público animado ao som de "Final feliz", no bis do show.

Nikima Sales arrasando no pandeiro, no samba "Numa Esquina de Hanói", de Djavan.

Participação especialíssima do músico Maurício Cézar ao piano, na canção "Só nos resta viver".




Paulo Simões ao violão em "É d'Oxum".


Momento mais solto, descontraído do show.


Momento das canções de amor e das poesias.


Paulo Simões ao violão.


Gostaria de agradecer a todos que estiveram presentes à minha estréia. Vocês foram imprescindíveis para elevar o meu estado de espírito e me deixar solto e à vontade para realizar o show com dignidade e profissionalismo! A reação do público foi imediata e bastante positiva, e isso me serve de incentivo para continuar enveredando pelos caminhos da música. Espero sempre oferecer o melhor de mim, a fim de que eu consiga emocioná-los com minha música e arte.
Os meus mais sinceros agradecimentos aos músicos, que tornaram possível a realização do projeto, e que abrilhantaram a apresentação com tamanho talento. Por fim, sou grato a todas as pessoas que contribuíram, de forma direta ou indireta, para a concretização deste sonho!
Um grande abraço a todos!

quarta-feira, 16 de maio de 2007

CANTAR!

Não componho música, apenas a sinto, mas ela está para mim tal qual o seio materno ao lactente. Sendo assim, nada mais comum que expressar – através dela – meus desejos, emoções, receios, devaneios e tudo aquilo de melhor ou pior que eu tenha necessidade de externar, de acordo com a minha percepção. Para mim, não basta apenas passar na vida das pessoas: é preciso marcar demais, ou seja, construir ou transmitir algo significativo e duradouro! Sem isso, de nada vale a aventura do encontro! Por essa razão, ofereço-lhes um simples carinho em forma de música. O repertório – como não poderia ser diferente – possui canções que abordam o amor em suas várias manifestações: o amor de homem, o amor de mulher, o amor à liberdade, o amor à religiosidade, o amor à paz, o amor singelo, o amor desmedido, o amor estúpido, o amor que percorre caminhos tortuosos... Enfim, o amor! Na condição de ser humano, sinto a necessidade contínua de amar, mesmo que para isso seja iminente a certeza de dores. Prefiro os riscos do amor à tormenta de viver entre um sim e um não. Ah, o amor... Tanto mais eu o quero, mais ainda o perco...
No mais, espero que gostem do que escolhi para o show: a música-mor do mestre Djavan; a presença marcante das canções do Rei Roberto; o “compasso mais civilizado" da Ângela Rô Rô; a poesia do Nando Reis; os ijexás do mano Caetano; a sensibilidade do criativo Moska; uma canção de amor pinçada do repertório da Ivete; um baião bacaninha do Tato; a musicalidade e irreverência de Alceu Valença; uma bela música de Michael Jackson, escolhida a dedo; uma canção bucólica de Marisa Monte que me chamou bastante a atenção na época de seu lançamento, ano passado; e, por fim, muita coisa do Jorge Vercilo, para quem eu dispenso as palavras, justamente por elas serem insuficientes para exprimir tal força desse prodigioso e festejado acontecimento musical.

Informações:

Projeto "Voz e violão na boca da cena"
Local: Teatro do SESC Santo Amaro - Recife-PE
Data: 24 de maio de 2007 (quinta-feira), às 20h.

Show "Voz, poesia e canção", com:
Freddy Simões: voz
Paulo Simões: violão
Robson Soares: contrabaixo
Nikima Sales: Bateria

Ingressos: R$ 5,00 (preço único)
Contato: (81) 9974 9134

segunda-feira, 14 de maio de 2007

FLORBELA...

Longe de ti são ermos os caminhos
Longe de ti não há luar nem rosas
Longe de ti há noites silenciosas
Há dias sem calor, beirais sem ninhos

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas
Abertos sonham mãos cariciosas
Tuas mãos doces, plenas de carinhos

Os dias são outonos - choram, choram
Há crisântemos roxos que descoram
Há murmúrios dolentes de segredos

Invoco o nosso sonho, estendo os braços
E ele é, oh, meu amor, pelos espaços
Fumo leve que foge entre os meus dedos.

O soneto acima, intitulado Fumo, é de Florbela Espanca, poetisa portuguesa vivida entre fins do século XIX e início do século passado. Ela escrevia com tamanha verdade que causava polêmica na sociedade da época, devido à forma direta e "despudorada" pela qual tratava sentimentos como amor e desejo. Florbela morreu bastante jovem, com pouco mais de trinta anos de idade. Sua obra permanece atualíssima e encantadora, mesmo nos dias de hoje, em que prevalece o verso livre em detrimento do soneto, o qual é um estilo mais parnasiano (que apresenta preocupação exacerbada com métrica e rima). Dentre os fãs ardorosos de Florbela Espanca, está o cantor e compositor cearense, Raimundo Fagner, que musicou magistralmente os sonetos "Fumo", "Fanatismo" e "Chama quente". Vale à pena conferir a bela obra da autora. Um de seus sonetos mais conhecidos chama-se "Amar!", citado abaixo:

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois, se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar.

domingo, 13 de maio de 2007

"A ESCRAVIDÃO PERMANECERÁ POR MUITO TEMPO COMO A CARACTERÍSTICA NACIONAL DO BRASIL".

Neste domingo, lembramos a assinatura da Lei Áurea (de 13 de maio de 1888), a qual punha fim ao regime escravista (expressão maior da ignorância da sociedade brasileira), que perdurou por aproximadamente três séculos.

A Abolição da Escravatura "desacatou" os fazendeiros, que exigiram indenizações pela perda de seus "bens". Como não conseguiram, voltaram-se contra o Império e aderiram aos movimentos republicanos. O fim da escravidão, contudo, não melhorou a condição social e econômica do negro, o qual, à época, sem formação alguma, não conseguiu sua cidadania e ascensão social.

Hoje, passados 119 anos, as coisas já mudaram consideravelmente, mas os negros ainda sofrem preconceitos de toda espécie. Os efeitos da discriminação racial podem ser vistos, por exemplo, no mercado de trabalho, onde o negro ainda encontra - apesar de capacitado - dificuldades de arranjar emprego e de obter salários justos (geralmente, estes são inferiores aos dos brancos). As cotas de vagas para negros nas universidades são outro exemplo de política discriminatória, em que ocorre uma inclusão social às avessas: colocam-se os estudantes de "pele escura" na graduação através de critérios que fogem à capacitação para tal, justamente porque não foi dada a essa massa a chance de adquirir e burilar o aprendizado desde a base do ensino. Esses estudantes negros que adentraram a faculdade através de cotas, sofrem, em sua maioria, certamente, dificuldades de acompanhamento do ensino, se comparados aos seus colegas que tiveram bases educacionais bem estruturadas. Isso pode ser mais um pressuposto para a discriminação.

Há um texto de Joaquim Nabuco que retrata com bastante propriedade essa questão da realidade do negro no Brasil:

"A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil. Ela espalhou por nossas vastas solidões uma grande suavidade; seu contato foi a primeira forma que recebeu a natureza virgem do país, e foi a que ele guardou; ela povoou-o como se fosse uma religião natural e viva, com os seus mitos, suas legendas, seus encantamentos; insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem pesar, suas lágrimas sem amargor, seu silêncio sem concentração, suas alegrias sem causa, sua felicidade sem dia seguinte... É ela o suspiro indefinível que exalam ao luar as nossas noites do norte".

quinta-feira, 3 de maio de 2007

"DESESPERO-ME QUANDO FICO LONGE DE TI POR MUITO TEMPO".

Não sei se te amo ou se te odeio! Quero fugir de ti, mas não consigo. Uma força maior que meu ser me impele a fazer exatamente o contrário: correr para teus braços. És meu bem e meu mal. Acalmas os meus nervos e dissipas a minha energia física e espiritual. Desespero-me quando fico longe de ti por muito tempo; às vezes, eu te quero o tempo todo! Nos momentos de solidão atroz, tu és a minha companhia constante; tua presença me distrai e me faz esquecer, por instantes, a dor de ser tão só. És uma doce armadilha: chegas sutilmente para depois tomar conta de todo o meu corpo e até do meu pensamento. Proporcionas a mim um prazer intenso, mas és, de certa forma, um veneno que me leva a cometer um lento e gradual suicídio. Há noites em que não consigo dormir sem o teu acalanto... Ah! Teu odor impregnado em minha roupa e no ar que eu respiro... Roubaste o meu autocontrole... Um dia estarei livre dessa escravidão; estarei livre de ti, CIGARRO!